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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Eleições 2018 - Lições aprendidas

Passado o "calor" das eleições de 28.10.2018 e restabelecidas partes das relações de amizade e familiares, resolvi publicar algumas "coisas" que observei durante os últimos três meses que acredito terem ficado como aprendizado.



Fakes news

Fakes news sempre fez parte da vida da humanidade, sempre estivemos vulneráveis. Sempre houve este artifício para a conquista de adeptos, fãs, uma paquera, uma paixão ou para conquista de consumidores.

Sempre houve como instrumento de publicidade, para despertar interesses, valorizar ou desvalorizar algo.

A diferença do passado para os tempos de hoje (digitais) é que agora os consumidores, clientes e eleitores, tem instrumentos de identificar mais rápidos o que é ou não verdade.

Os registros (rastros) digitais que a sociedade deixa ao longo da história estão, e cada dia estarão mais, disponíveis para revelar os fatos, as verdades.

Agora as verdades são reveladas antes que as fakes news consigam provocar o mal irreversível ou que vire uma verdade. No passado as fakes news até serem desmascaradas (levava tempo) provocavam destruição, muitas vezes irreparáveis.

História vs Estória

A sociedade deve ter aprendido muito da história do país, foram colocadas lado a lado as versões da história do período da ditadura militar e do período pós ditadura até hoje.

O brasileiro foi estimulado a pesquisar e passou conhecer mais a sua própria história ocorrida do que a história contada, não apenas as versões "oficiais", que demonizam uns ou endeusam outros da era da ditadura e da era pôs ditadura.

A sociedade aprendeu que o passado é relativo e depende de quem conta o fato é de quem viveu o fato.

Aprendeu que o passado pode ser mudado com os fatos do presente.

Quem viveu a história não engole as estórias contadas!

Fadiga de notícias - O menos é mais.

O excesso de notícias ruins (banalização da falta de segurança, mortes por falta de saúde, roubalheiras, etc) tinha deixado a sociedade anestesiada.

60 mil mortes e notícias diárias de assassinatos sendo dadas como normal, não eram nem mais ouvidas, mesmo que exibidas diariamente.

Ninguém se impressiona mais com os "Datenas" do dia a dia.

Apesar desta fadiga e banalização, a abordagem dada durante a campanha foi uma tapa na "cara da sociedade" para acordar para a realidade, para o que é normal e para o que é uma sociedade doente e em guerra para a sobrevivência.

A sociedade voltou a ficar atenta para as notícias, mesmo aquelas que já não despertavam interesses que não passavam de meras repetições diária na grade da mídia dominante.

Mas, passados os dias do calor das eleições, as notícias alarmantes voltaram a não dispensar os mesmos interesses de quanto estava em disputa eleitoral, o interesse é apenas pelas notícias que dão a expetativa das mudanças esperadas pelos vencedores e a torcida pelo do fracasso daqueles recolhidos nas trincheiras da "resistência insana" dos perdedores.

A fadiga também acontece nas mídias sociais, os "influenciadores digitais" precisam ficar atentos para não passarem a ser mais um monte de conteúdo que se tornam invisível por excesso de exposição.

Fica a dica de que "o menos é mais", o menos desperta a expectativa por novos conteúdos, desperta interesse, deixa o gostinho de quero mais.

Reputação

Quantos artistas, jornalistas e profissionais da comunicação foram desnudados?

Independente da opção de lado que tomaram, foram colocados à prova diante de sua própria "Estória", dos seus contos de fada, a reputação de muitos nunca mais será a mesma, seus passados foram alterados como numa volta ao tempo.

Ficou como aprendizado que a falta de coerência destrói uma reputação criada ao longo da existência, da mesma forma que pode tirar um produto de circulação, seja por desgaste, por deterioração ou por qualidade duvidosa.

Manter a coerência aos valores que forjam a reputação é a garantia de um produtos sustentável e de longevidade.

O ganho financeiro imediato não pode desprezar a reputação que é visível aos olhos dos consumidores.

Quem manda é o freguês

Este bordão é um ensinamento antigo das Casas José Araujo - Tradicional loja pernambucana de tecidos e confecções desde 1890, um mantra que fez história em Pernambuco.

O cliente é o dono de qualquer negócio, não adianta ser "substrato do pó de peido", a soberba e prepotências de impor produto ao cliente não tem sustentabilidade.

Se os valores que você entrega não é aderente aos valores do cliente, o cliente abandona e fecha o negócio.

Se você for considerado o melhor em qualquer coisa, a melhor Chef mulher do mundo por exemplo, lembre-se que no próximo dia vc pode perder a posição, perder seu pedestal, perder sua reputação se seus valores não forem os mesmos de quem te pagam o salário. (Será conhecido pelo efeito Manioca).

Maioria Silenciosa

O resultado do 1º turno mostrou uma face das eleições que poucos estavam percebendo. Com pouca manifestação favorável, a maioria silenciosa se revelou diante das urnas. De nada adiantou os alardes "o falatório de alguns" para "carimbar" alguns rótulos negativos no candidato que saiu vencedor no final.
Ficou o aprendizado de que não se deve menosprezar o silêncio da maioria.

Não deve se impressionar como o que é alarmado, propagado ou rotulado se não for uma maioria.

Se a maioria está silenciosa é sinal que "o falatório" não representa o que ela acredita, deseja ou espera.

A sociedade não é binária

Nenhum dos candidatos reuniam todas as qualidade e habilidades esperada por cada um dos eleitores, para definir que um é certo e o outro é errado.

Não é apenas uma questão de esquerda e direita, pobre e rico, hétero e homo, branco e preto, ou qualquer forma de dividir em dois lados ou fazer uma relação direta entre elas.

Ficou como aprendizado que a sociedade não é binária, qualquer tentativa de enxergar como binária é uma decisão equivocada.

Rejeição/Recall

No início do 1º turno, as pesquisas mostravam uma alta rejeição de Lula(59%), principalmente, pela possibilidade dele sair da cadeia livre. Insistiram com Haddad, ignorando esta rejeição e os sinais de que Ciro era melhor na chegada no 2º turno.

Ficou como aprendizado a importância de se conhecer a rejeição para se atingir os objetivos no mercado.

Não adianta insistir em lançar um novo produto, se sua marca tem uma alta rejeição por causa, por exemplo, de um produto anterior com defeitos percebidos pelo seu cliente e que não é reconhecido com defeito nem retirado de circulação pelo fabricante.

O produto pode ser novo, ter uma nova roupagem, mas não adianta, a marca vai falar sublinarmente contra seu novo produto, vai ser visto como sendo o mesmo que não foi retirado de circulação, que nem ao menos reconheceu a existência do defeito e não fez recall.

Ficou como aprendizado:

  • A leitura e entendimento correto dos indicadores de qualidade são instrumentos que os clientes tem no seu inconsciente e revelam a verdade como é percebida por ele.
  • Recolha e destrua o produto anterior e transforme a marca, o produto pode ter os mesmos defeitos, uma marca nova pode dar "maior" aceitação que o produto velho, com os mesmos vícios e defeitos, como se fosse novo e inovador, mas não dará sustentação se não for a verdade reconhecida pelo cliente.
  • Abandone sua marca, quando você for rejeitado ou estiver estagnado, antes que o mercado destrua naturalmente.

Efeito Denorex

Tanto o Ciro como o Alckmin entraram na disputa apresentando um perfil que não correspondem ao "DNA" deles, os eleitores já conheciam suas "artimanhas", já sabiam quem era quem, como resultado, foram deixado de lado.

Ficou como aprendizado que mudar o discurso sem ter as atitudes não significa ter resultado. Discurso e atitude devem ser coerentes. Atitude vem antes do discurso. O que vale mesmo é o "DNA", a essência, a alma.

Não adianta querer vender um refrigerante de uva, como sendo um vinho.

Você também pode até beber uma garapa com álcool como se fosse um legítimo doze anos, a diferença você sentirá no dia seguinte.

Não é mesmo?

O Ótimo é inimigo do Bom.

O Amoedo se apresentou com o apelo de ser o "efeito novo", ficou mais para um "Cachorro novo que não entrou no mato".

A sociedade com medo do que é "novo", desconhecido, preferiu apoiar sem correr risco.

Foi o candidato "café com leite" (newbie), entre os eleitores havia uma neutralidade sem hostilidade.

Muitos que estavam decididos em ir com o Novo desde o primeiro momento por considerar um ótimo , fez outra opção para não correr o risco de não ter pelo menos o Bom.

O aprendizado que ficou:

  • Quem vai para uma guerra, tem que atirar, não pode esperar levar um tiro depois atirar.
  • O inimigo vai atirar, não tenha dúvida!
  • Sem avançar contra o inimigo, não se conquista território.
  • Você não vai para uma guerra para perder, para ganhar troféu FairPlay! Você vai para vencer!

Efeito Kodak

A Marina entrou na disputa com a imagem de um produto que era desejo de consumo a 4 anos atrás, mas que se manteve com histórico fraco, sem novidades e ajustes para os dias atuais, restou a imagem de fantasma de 4 anos.

Sem entusiasmo e sem energia fizeram ruir o batalhão de antigos seguidores, que desejavam muito mais no contexto atual.

Sem energia, sem firmeza e sem entender o que a sociedade queria, foi levada ao fracasso, saiu de um produto que era desejado a 4 anos atrás, para um produto sem consumidor no mercado de hoje, tornou-se obsoleto e foi retirado do mercado.

O início do fim do monopólio da Informação.

A sociedade em geral é desinformada no dia a dia por desinteresse, por falta de estímulo e atratividade, mas estar armada com os smartphones que fizeram a diferença desta vez por ter acesso fácil e rápido a informação, por múltiplos canais de divulgação e não apenas pelo monopólio da TV (Globo principalmente).

A sociedade estimulada pela polarização da disputa, como de campeonato de futebol ou de escolas de sambas, fizeram uso de suas armas (smartphones) e foram a luta pelos seus interesses.

A "transformação digital" da notícia, self service, tornou cada cidadão uma própria fonte de notícias, de suas próprias notícias, suas próprias verdades, impossíveis de serem manipuladas por grupos.

As fakes news foram prontamente combatidas, colaborativamente e de forma pulverizada na sociedade.

Fatos e versões dos fatos "impediram" estragos maiores para a desinformação de fatos fora de contexto.

Ficou como aprendizado que a sociedade não pode confiar nas informações sem que elas sejam validadas, conferidas as fontes e versões das informações, bem como os contextos que elas estão inseridas.

Ficou como aprendizado a importância do contexto de um fato. A informação sem Contexto é apenas dados que pode distorcer a informação.

Ficou como aprendizado que o smartphone nas mãos é uma arma que pode ser usada no combate da desinformação e da manipulação das notícias.

Empatia

Fazer a leitura correta, do tempo correto e do contexto que a sociedade se encontra mostrou ser o segredo do sucesso. A Experiência do Cliente levado ao nível do comportamento e do inconsciente coletivo fez a diferença nos discursos.

O poder da informação e da empatia, e saber usá-la, fez a diferença. O resultado foi um "produto" mais aderente os anseios da sociedade. Veja o vídeo https://youtu.be/d9oq8w4OLqM

Ficou como aprendizado que o importante para ser maioria é ter alguns requisitos "Chaves" (mesmo que diferentes) que atenda individualmente cada consumidor.

Cada consumidor se sentirá impactado por motivação específica, individual, como que exclusiva. O importante para o sucesso de uma disputa é que se tenham a maior quantidade de pessoas impactadas, mesmo que parcialmente do que totalmente.

Imprensa e veículos tradicionais de noticiais

A imprensa deverá rever seus comportamentos para terem autoridade de continuar a defender a liberdade de imprensa e não seus próprios valores de liberdade.

Nos tempos de redes sociais, a imprensa não tem enxergado que a sociedade não aceita que os grandes grupos que controlam as mídias se comportem como um poder supremo acima dos três poderes constituídos da república.

Usando a "bandeira" da liberdade de imprensa, abusaram da prepotência.

A sociedade aprendeu a não tolerar este comportamento impositivo e tem procurado outras alternativas, deixando para trás os tradicionais grupos da imprensa.

Grupos WhatsApp

Os grupos de família fizeram a diferença na propagação de conteúdo e nos debates que antes era restritos aos encontros em almoços e jantares semanais ou eventuais.

As famílias estiveram conectadas, com suas diferenças, 24 horas por dia, diante de um palanque (virtual), divulgando informações, desmentindo outras, defendendo posições, em fim, como uma família tradicionais e democráticas, os grupos refletiram as disputas e polarização da sociedade. Nos grupos era possível identificar como a sociedade estava se comportando, até mesmo a regionalização era visível.

Definitivamente os grupos de WhatsApp tornaram-se os principais meios de comunicação e influência.

O Facebook acertou na aquisição do WhatsApp. Esta plataforma de comunicação é que tornará o Facebook obsoleto, que vai tirá-lo do mercado. É um novo conceito de rede social que estará surgindo.

O Medo como fator de equilíbrio

Me chamou atenção como a propagação do medo foi usado por todos os candidatos.

Particularmente eu acredito que o medo nos faz mais criativos para sermos corajosos, afinal Coragem é fazer mesmo com medo!

O medo fez despertar valores morais e cívicos que estavam adormecidos.

Da mesma forma que o medo de cair, impede uma criança de se jogar e tentar voar como super-homem, o medo de fazer a escolha errada fez a sociedade ser mais criteriosa na avaliação é decisão.

O medo é bom, nos provoca para soluções!

Foi essa a opção que a sociedade fez, independente dos lados e dos medos, de outra forma as urnas teriam nos dado números bem altos de nulos e branco desde o 1º turno.

Pesquisas

As pesquisas é intensão de voto realizadas pelos diversos institutos, foram desmoralizadas.

A impressão que dava, dependendo de quem era o patrono, era usada para direcionar tendências que pode ter influenciado na transferência de votos para Haddad e para Bolsonaro.

No modelo atual, as pesquisas estão prestando um desserviço à democracia e, para a sociedade, caem no descrédito.

Os Institutos de pesquisa precisam se reinventar para sobreviverem.

As pesquisas precisam passar pelo processo de transformação digital que elimine do processo as diversas etapas que "podem" permitir direcionamento ou fraude na coleta, segmentação e publicação. Transformar Pesquisas de um processo analógico em Enquetes do mundo digital

E você, o que aprendeu?

IDFM