Em 28 de agosto de 1963, há exatamente 60 anos, Martin Luther King Jr., o mais importante ativista do movimento pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, proferiu um discurso que entrou para a história como um símbolo da luta contra o racismo e a discriminação. Diante de uma multidão de cerca de 250 mil pessoas, que se reuniram em frente ao Memorial Lincoln, em Washington, King pronunciou as palavras que se tornariam famosas: “Eu tenho um sonho” .
O discurso de King foi o ponto alto da Marcha sobre Washington pelo Trabalho e pela Liberdade, uma manifestação pacífica que reuniu diversas organizações e lideranças do movimento negro, além de brancos simpatizantes da causa. A marcha tinha como objetivos exigir o fim da segregação racial, a garantia do direito de voto, a criação de leis contra a discriminação no trabalho e a melhoria das condições econômicas e sociais dos negros .
King era o último orador do evento, e tinha preparado um texto previamente. No entanto, ao perceber a emoção do público e a importância do momento, ele decidiu improvisar e falar com o coração. Ele usou como base uma pregação que já havia feito em outras ocasiões, na qual ele expressava o seu sonho de ver uma América livre do ódio e da opressão, onde todos os seus filhos fossem julgados pelo conteúdo de seu caráter, e não pela cor de sua pele .
O discurso durou cerca de 17 minutos e foi transmitido ao vivo pela televisão para milhões de pessoas. King usou uma linguagem poética e poderosa, fazendo referências à Bíblia, à Constituição, à Declaração da Independência e à canção patriótica “My Country, 'Tis of Thee”. Ele também citou exemplos concretos das injustiças e violências sofridas pelos negros no sul segregacionista e no norte industrializado. Ele terminou com uma visão otimista do futuro, na qual os negros e os brancos poderiam viver juntos em harmonia e fraternidade .
O discurso de King teve um impacto profundo na opinião pública americana e mundial. Ele foi aclamado como um dos maiores oradores da história e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1964. Ele também contribuiu para a aprovação das leis dos direitos civis de 1964 e 1965, que proibiram a discriminação racial em diversas áreas da sociedade. No entanto, ele também despertou a ira dos grupos racistas e conservadores, que tentaram desacreditá-lo e ameaçá-lo. Em 1968, ele foi assassinado por um atirador em Memphis, Tennessee .
Além do discurso de King, outros fatos históricos marcaram o dia 28 de agosto ao longo dos anos: