↖️  Experimente a Novidade, ative o menu de navegação e tenha o conteúdo completo do Avis Ara

Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta Privacidade. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta Privacidade. Ordenar por data Mostrar todas as postagens

domingo, 24 de março de 2019

Uma cagada atrás da outra - Facebook não garante privacidade de senha.



Primeiramente peço desculpa pela linguagem usada neste post, mas reflete a minha indignação com o caso.


Como já não bastasse os escândalos de vazamento de informações do Facebook, esta semana veio a público mais uma cagada do clubinho do Zuckerberg, revelando o quanto eles desprezam a privacidade de seus usuários, literalmente eles "cagam da cabeça dos usuários".

Desta vez, foi anunciado que o Facebook vinha guardando as senhas dos usuários em um simples arquivo de texto, sem qualquer requisito de segurança, criptografia por exemplo, podendo ser lido por qualquer pessoa que tivesse acesso.

A revelação só veio à tona depois de uma denúncia, o que forçou o Facebook reconhecer a falha que expôs as senhas

Uma falha primária, de quem não dá a mínima para segurança.

Como de praxe, o Facebook vem com uma desculpa esfarrapada de que essas senhas nunca estiveram visíveis para alguém fora do Facebook e que a empresa não encontrou nenhuma evidência de abuso interno, como se bastasse para atestar segurança dos dados que eles têm de todos os usuários.

Será? As revelações dão conta que cerca de 2.000 funcionários fizeram 9 milhões de consultas de dados que continham senhas de usuário em texto simples.

🤔 9 milhões de consultas não é um volume absurdo?

🤔 Com que interesses foram feitos esses 9 milhões de consultas?

Mas tem quem relativize este problema, pelo fato de quem teria acesso a senha eram apenas os funcionários da própria rede social (quem garante? (O Facebook não tem credibilidade para acreditarmos esta afirmação) alegando que "não confiar neles acarretaria em uma desconfiança no próprio serviço".

Mas é exatamente para isso que existem sistemas de segurança, e criptografia. Para podermos confirmar que nem 1 nem 2000 funcionários não consigam acessar informações que não devem, mesmo que tem acesso aos arquivos, isso é que dar confiança na utilização dos serviços, não é mesmo?

Imagina se você confiaria em um Banco que sua senha da conta corrente pudessem ser vistas por 1 ou 2.000 de seus funcionários. Você confiaria neste banco?

Se eles têm este cuidado com as senhas dos usuários, imaginem o que eles fazem com seus dados, com os interesses de seus clientes, com as estratégias de seus anunciantes, não é mesmo?

O mais absurdo é saber que é uma falha infantil e demonstra amadorismo e descaso que deve vir desde o início do Facebook no campus universitário.

Corro o risco de dizer que hoje em dia, nenhuma criança que desenvolve Apps para feira de ciências escolar, comete uma falha primitiva como essa.

E vai muito além ...

Acredito que a extensão desta falha vai muito além da que apenas esta sendo informada.

O que vocês acham dos tantos Apps que confiaram no Facebook, utilizam o usuário e senha do Facebook como componente de segurança para seus clientes e usuário?

Minha leitura é que todas as informações, os dados, que confiamos a guarda nestes Apps estão vulneráveis, ou não?

Paladino da privacidade

O mais absurdo é ver recentemente o Zuckerberg se apresentando para o mundo como defensor da privacidade.

Se esta denúncia não viesse à tona, estaríamos todos "engolindo" esta farsa de paladino da privacidade.

De acordo a revelação feita, entre 200 milhões e 600 milhões de usuários do Facebook podem ter tido suas senhas salvas em texto plano e disponível para busca por mais de 20 mil funcionários da rede social.

Esta é a forma que esperamos que um defensor de privacidade se comporte?

Em janeiro, na mesma época que agora alegam ter descoberto a falha, Sheryl Sandber teria revelado que alguns principais acionistas do Facebook já pressionaram para que Zuckerberg renuncie ao cargo de chairman. Será que não chegou a hora?

Compreendo a pressão dos investidores diante de uma cagada atrás da outra e a duvida: será que um dia o Facebook conseguirá sair do campus universitário para se tornar definitivamente uma plataforma de negócios? 

Pois é, o recado ja vem sendo dado: Zuckerberg, está na hora de "pedir para cagar e sair".

Enquanto isso? 

Para os usuários do Facebook, vale sempre a receita do "caldo de galinha". Troquem suas senhas, não usem o Facebook para acessar outros Apps e não autorizem outros Apps acessar sua conta de Facebook.


Quem tiver interesse em mais detalhes sobre assunto, seguem links:














By IDFM

sábado, 24 de outubro de 2015

Apps para monitorar filhos: segurança ou invasão de privacidade?

Apps para monitorar filhos: segurança ou invasão de privacidade? | Ciência e Tecnologia | DW.COM | 22.10.2015

Vale a a pena a leitura...

Apps para monitorar filhos: segurança ou invasão de privacidade?

Serviços permitem rastrear, bloquear contatos em redes sociais e avisam quando certas palavras são usadas no Whatsapp. Para especialistas, autoestima e autoconfiança das crianças podem ser abaladas.

Monitorar o caminho para a escola, as amizades no Facebook e as fotos no Instagram. Com a ajuda de aplicativos, os pais já podem seguir cada passo de seus filhos.

Sem meias palavras, o app americano Qustodio anuncia: "A maneira mais fácil de controlar seus filhos online". Com o aplicativo, é possível rastrear o filho, monitorar as redes sociais e bloquear contatos indesejados. O "modo invisível" garante que a criança não descubra a intervenção.

"Acho que essa é uma solução completamente errada", diz Rainer Becker, presidente da Deutsche Kinderhilfe – organização alemã de apoio à criança. "Todos na Alemanha acompanharam com espanto a forma como a NSA [Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos] nos monitorou. Ninguém quer isso. Não consigo entender por que fazer isso com nossos próprios filhos, apenas porque são crianças."

Em casos de emergência ou quando a criança tem alguma deficiência, a função pode ajudar. Porém, para proteger de agressores sexuais, um aplicativo de rastreamento pode não ser tão útil assim. "A maioria dos agressores sexuais estão no ambiente próximo da criança, como o padrasto ou o tio", diz Becker.

Para ele, os apps ameaçam a proteção da personalidade e do desenvolvimento de meninos e meninas, que precisam de espaço. "Uma criança que é constantemente monitorada vai pensar que os pais não confiam nela para nada. Como desenvolver, assim, autoestima e autoconfiança?"

Ralf Kiene, de Saarbrücken, na Alemanha, vê a situação de forma diferente. Afinal, o pai de duas crianças criou, em 2010 – quando os filhos eram pequenos – o iNanny, um serviço de GPS que pode localizar e rastrear os passos de outra pessoa. "Os pais que querem bisbilhotar a vida dos filhos sempre encontram um jeito", afirma.

Segundo Kiene, cerca de 50 mil "babás virtuais" já estão em ação na Alemanha, seguindo pessoas com deficiência mental, membros da família e, claro, crianças. "No caso dos jovens, a maioria dos pais usa o serviço para protegê-los, e não para espionar", acrescenta.

Mas o que pensam os potenciais usuários dessa tecnologia? "Eu acho que os pais precisam confiar neles mesmos e nas crianças", diz uma mãe de três filhos de Frankfurt. "É uma questão de estabelecer limites", comenta uma mãe de Berlim. Ela não usa nenhum aplicativo do tipo, mas diz ter a impressão de que o interesse por esse produto está aumentando. "É como com o botox: ninguém admite, mas muitos usam."

Barreiras virtuais

O mercado é variado. Wo ist Lilly? ("Onde está Lilly?") foi criado, originalmente, para rastrear cães e gatos. Mas há um tempo a desenvolvedora de Berlim passou a oferecer relógios de pulso infantis com GPS, por 199 euros.

O aplicativo demarca uma "geobarreira", um espaço em que a criança pode transitar. Se a criança sair dessa área, os pais recebem uma mensagem. Um sensor é instalado também para avisar caso a criança remova o relógio. O iNanny oferece uma "zona de proteção digital" semelhante.

Os defensores da privacidade veem a tecnologia de forma crítica. Para Klaus Globig, corresponsável pela proteção de dados no estado alemão da Renânia-Palatinado, é preciso criar, aos poucos, uma estrutura de acompanhamento com a qual todos os envolvidos se acostumem.

Ele adverte sobre possíveis abusos. "A questão é: quem pode acessar as informações de localização? No campo técnico, nada é absolutamente seguro e impossível de ser invadido."

Nos Estados Unidos, o Ignore No More ("Não Ignore Mais") atendeu o apelo de pais ignorados. Se os filhos não atenderem o telefone, os pais podem bloqueá-los até que eles resolvam conversar.

Com o também americano MamaBear ("Mamãe Urso"), os pais podem controlar a atividade dos filhos nas redes sociais ou ler mensagens de texto trocadas por eles. E é possível também criar uma lista com palavras que, se utilizadas pela criança no Whatsapp, farão com que o aplicativo dispare um alarme.

"As crianças também têm o direito à privacidade", defende Becker. "Isso tudo é coisa para pais com a consciência pesada. Aqueles que acompanham os filhos, e não me refiro a controlar, percebem quando algo muda ou está errado com eles."

AF/dpa



Enviado do meu iPhone

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

#OLCC - Privacidade agora, Arqueologia Digital depois!


Pessoal, fiquem atentos com o que vcs compartilham por aí pensando que a privacidade é garantida pela criptografia.

Só a criptografia não é garantia de nada!

Apesar do WhatsApp ter introduzido recentemente a criptografia fim-a-fim para os usuários em todo o mundo, a privacidade não é garantida.

A criptografia dar uma sensação de privacidade mas não é bem assim...

No Post reproduzido abaixo, é feita uma  revelação que deixa a "privacidade" do WhatsApp questionável.  

Se você é daquele que acredita que sempre que você excluir um bate-papo individual ou de grupo de sua janela do WhatsApp desaparecem imediatamente, é bom acordar para a realidade. 

Apesar de sair de sua janela do WhatsApp, os bate-papos "excluídos"  continua existindo  no seu smartphone e o WhatsApp nunca apaga permanentemente.

Quando você exclui quaisquer dados ou chat, o aplicativo marca a referida informação como excluído. No entanto, esta área de dados não é substituído por novos dados ou chats, que podem ser recuperados pelo software forense e de recuperação. 

De  que adianta ter a criptografia e deixa o rastro para a eternidade?

Imagina quanto será revelador no futuro, quando os arqueólogos digitais   tiverem acesso aos vestígios e rastros que estão sendo deixado pra trás pela sociedade desavisada, que imaginavam que tinham destruído algumas informações? Quantas histórias serão reescritas ?

Então, se liga, preserve o que vc deseja realmente deixar escrito para a história.

"A privacidade não existe e um dia será tudo revelado!"

Caso tenha interesse em mais informações, Segue Post sobre o assunto.


WhatsApp and Myth Behind its Encrypted Chats

Http://www.hackread.com/whats-app-chat-encryption-myth/
WhatsApp introduced end-to-end encryption last month which was praised by privacy advocates however the reality is far from the truth!

WhatsApp recently introduced end-to-end encryption for users worldwide and if you recently updated WhatsApp on your device you may have noticed an alert stating "messages you send to this chat and calls are now secured with end-to-end encryption." Sound secure right? but there is a problem.
whatsapp-and-myth-behind-its-encrypted-chats
Whenever you delete an individual or group chat from your WhatsApp window it does disappear immediately but what you don't know is that although the chat is supposedly gone from your window it still exist on your smartphone and WhatsApp never deletes them permanently.
This was discovered by Jonathan Zdziarski, an iOS researcher, who found that WhatsApp keeps a forensic trace of the chat logs even after deletion by the user. Zdziarski also revealed that if an attacker has physical access to your phone the stored data can be accessed. 
Zdziarski's findings were discovered after he examining the disk images from an iPhone with the new version of WhatsApp. He noticed that the app keeps a forensic trace of the chat logs, even if you have deleted them. This creates a 'treasure trove' for those who are mining for data. However, in order to get the required data, one needs physical access to the device. He also mentioned that the data could also be recovered from remote backups.
When you delete any data or chat, the app marks the said information as deleted. However, this data area is not overwritten by new data or chats, which can be recovered by forensic and recovery software. Zdziarski mentions that a new SQLite library is being used to code the new app, which does not delete the data permanently.
Why is this a big deal?
For many it may not be an issue however for some it can do a lot of harm as law enforcement agencies can get a warrant and ask Apple to hand over the deleted WhatsApp chat logs.
Anyone with physical access to your phone could create a backup with it unless you have enabled fingerprint or passcode to access the device. 
Anyone having physical access to your phone can steal the unencrypted data and use brute force tool to get hold of the password stored in the keychain.
What should be done from your side?
You can stop using WhatsApp or stop sending sensitive and personal data on WhatsApp – You should stop sending personal pictures and video clips and especially NEVER send threatening messages to anyone or it can be used against you in the court of law.
You can also switch to Telegram messaging app with better privacy and encryption for users.

We recommend going through Jonathan Zdziarski's blog post for more technical details on this issue.


Enviado do meu iPhone

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Pokémon Go - Evolução do modelo de negócio Digital

CEO de Pokémon Go já era mestre em capturar seus dados muito antes do jogo

Reproduzo a seguir um Post feito The Intercept.

O conteúdo além de ser um registro histórico interessante, revela alguns conceitos e princípios que modelam os negócios digitais, que vai além da teoria conspiratória de espionagem por trás do Pokemon Go.

Os Negócios que usam o "falso apelo"  de "serviços gratuitos", faturam fortunas, bilhões, com as informações que seus usuários, seguidores e alucinados fãs coletam espontaneamente, adicionais aos seus próprios rastros digitais. 

Em outras épocas, em outros segmentos da economia, a coleta de informações geram diferenciais competitivos e a coleta de dados custa muito dinheiro e esse é o filão explorado pelas empresas digitais "sem custo" e sustentável,  onde a própria comunidade produz e consume as informações.

Para a sustentação deste modelo e  garantir o negocio como  máquina de movimento perpétuo, os princípios requer: 
  
Manter a comunidade consumidora "dependente" e "viciada".
Criar e manter uma legião de fãs, ingênuos alienados, capazes de trabalhar  como voluntários sem remuneração, como fonte de geração de informações e conteúdos.
Disponibilizar instrumentos, APP, que funcionem como elementos básicos necessários para sobrevivência, água, ar e alimentos que criem dependência ou até mesmo viciem como  as drogas. 
 
Nos parece que as plataformas de jogos muito favorável para o avanço deste modelo, para as gerações futuras, é um caminho obrigatório e sem volta nesta estratégia. 

...o verdadeiro desafio está em motivar o usuário a fornecer dados constantemente, mesmo após o desgaste do entusiasmo inicial com a tecnologia inovadora. O processo de aquisição de dados deve ser divertido para que um possível contribuidor se envolva a longo prazo. Estamos convencidos de que o entretenimento e a diversão são aspectos fundamentais no design de serviços de coleta de dados...

Este modelo tem que mudar! Ainda haverá a ruptura deste modelo, quando os usuários passarão a ser remunerados pelo volume de informações que coletam!

O texto é longo, mas vale a pena a leitura.

Leiam e tirem suas próprias conclusões.


CEO DE POKÉMON GO JÁ ERA MESTRE EM CAPTURAR SEUS DADOS MUITO ANTES DO JOGO


Apenas duas semanas depois de seu lançamento, Pokémon Go, o jogo de realidade aumentada que virou sensação pelo mundo, ultrapassou Twitter, Facebook e Netflix em usuários ativos diários em dispositivos Android, de acordo com uma estimativa. Nos dispositivos da Apple, há mais downloads do jogo do que qualquer outro aplicativo na semana de estreia na App Store.

A adoção meteórica e em larga escala do Pokémon Go se deve ao uso agressivo de informações pessoais de usuários. Ao contrário de Twitter, Facebook e Netflix, o aplicativo requer acesso ininterrupto a sua localização e câmera (um verdadeiro estoque de dados sigilosos de usuários), conforme colocou um órgão fiscalizador de privacidade em carta aos órgãos federais.

Mais alarmante ainda é o fato de que o Pokémon Go, da Niantic Labs, é gerenciado pelo homem responsável pela equipe que dirigiu, literalmente, o maior escândalo de privacidade na Internet, em que os carros do Google, no percurso realizado para fotografar ruas para o recurso "Street View" dos mapas online da empresa, copiou secretamente os tráficos de internet de redes domésticas, coletando senhas, mensagens de e-mail, prontuários médicos, informações financeiras, além de arquivos de áudio e vídeo.

Antes de se tornar CEO da Niantic Labs, John Hanke era o homem por trás de uma mina de ouro incrivelmente popular no mundo do smartphones: a divisão geográfica do Google, responsável por quase tudo o que envolvia localização, em uma época que a empresa de busca estava crescendo e se expandindo muito além da simples indexação da web, rumo à catalogação de todos os quarteirões do planeta. Hanke chegou ao Google após deixar sua empresa, Keyhole, extremamente popular (e admissivelmente, muito interessante).  Fundada pela CIA, coletava imagens geográficas, foi adquirida em 2004 e relançada em 2005, com o nome de Google Earth. Em 2007, Hanke já administrava praticamente tudo o que envolvia um mapa no Google. Em 2007, um perfil na Wired, ("Google Maps Is Changing the Way We See the World" – Google está mudando a forma como enxergamos o mundo), Hanke foi elevado ao status de pioneiro ("Liderados por John Hanke, Google Earth e Google Maps estão levando ferramentas de cartografia às massas") e endeusado, sendo exibido em uma foto com um enorme globo sobre seus ombros.

Foi uma época sensacional para o Google. O Google Maps se tornou indispensável, fazendo com que outros recursos, como o MapQuest, ficassem obsoletos, e o Google tinha grandes ambições para transformar as ruas em receita. Mas antes do Google vender o mundo de volta para seus habitantes, era preciso digitalizá-lo; por todo o planeta, frotas de carros do Google equipados com sensores passearam por cidades, ruelas e autoestradas, fotografando edifícios, postes, árvores e outras características. Todos os veículos tinham adesivos "Street View Car", do Google – uma referência ao recurso "Street View" do Google Maps, que recebia as fotos tiradas. O Google compartilhou as fotografias do Street View extensamente através de uma interface de programação de aplicativos, ou API. Dentre os aplicativos que deve muito aos carros do Street View, está o Pokémon Go.

Porém, em abril de 2010, o comissário de proteção de dados da Alemanha anunciou que os veículos do Google coletavam dados de Wi-Fi de forma ilegal. Investigações regulatórias subsequentes e notícias confirmando a violação trouxeram a verdade à tona: Enquanto circulavam pelas ruas, os carros do Street View coletavam dados de redes Wi-Fi não criptografadas. Peter Schaar, do Órgão Fiscalizador de Privacidade alemão, se disse "horrorizado" e "chocado".

Finalmente, foi estabelecido que esse tipo de coleta de dados foi praticado por pelo menos dois anos nos Estados Unidos. O escândalo, à época chamado de caso "Wi-Spy" (espião de Wi-Fi), resultou em:

  • conclusões das respectivas autoridades competentes que a coleta de dados de Wi-Fi era ilegal em diversos países: Reino UnidoFrançaCanadáCoreia do SulNova Zelândia;
  • uma investigação de grampo pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos;
  • uma contundente investigação da Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC – Federal Communications Commission), que se seguiu a um comentário de um de seus diretores, alegando que a atividade do Google "infringia na privacidade de clientes claramente", e que resultou em uma multa de US$ 25.000;
  • uma ação civil pública federal contra o Google, ainda em curso, em que um tribunal distrital e um tribunal de recursos concluíram, em oposição às justificativas da empresa, que os dados acessados pelo Google contam com proteção legal contra interceptação, de acordo com a Lei de Escutas dos EUA (a suprema corte americana se recusou a aceitar a apelação do Google);
  • processos legais na Espanha;
  • intervenção de órgão reguladores na Itália e na Hungria;
  • e uma investigação governamental na Alemanha.

O Electronic Privacy Information Center (EPIC – Centro de Privacidade de Informações Eletrônicas), um grupo fiscalizador e crítico veemente do Google durante o escândalo do Street View, tem um excelente resumo dessas ações legais).

Hanke, através de um porta-voz, negou ter conhecimento da coleta de dados por Wi-Fi enquanto ela ocorria e responsabilizou a divisão de dispositivos móveis do Google. Mas foi sua divisão, e não a divisão de dispositivos móveis, que foi o foco principal das investigações dos órgãos reguladores dos EUA sobre o assunto. Além disso, foram os veículos de sua divisão que realizaram as coletas em discussão. A forma como a intercepção de dados de Wi-Fi se deu debaixo do nariz de Hanke deveria alarmar os usuários, e pais de usuários, do Pokémon Go.

OGoogle tentou se esquivar da responsabilidade durante os desdobramentos do escândalo, rechaçando preocupações, refutando investigadores e demonstrando a insolência e a arrogância pelas quais a empresa de engenheiros foi criticada inúmeras vezes.

Em uma postagem publicada no começo do escândalo, a empresa negou qualquer irregularidade, alegando não ter copiado dados de redes Wi-Fi, mas coletado "informações que identificavam as redes e como operavam", como o nome do roteador, uma informação supostamente pública.

A narrativa não durou muito tempo: Duas semanas depois, à medida que aumentava a pressão internacional, a empresa mudou de tática, deixou de negar completamente o ocorrido e passou a tentar encontrar bodes expiatórios, admitindo ter copiado dados, mas "por engano" e de forma "fragmentada". Surpreendentemente, a empresa americana tentou passar a responsabilidade dos carros operados pela equipe de Hanke para um engenheiro não autorizado "trabalhando em um projeto experimental de Wi-Fi".

Um dos vice-presidentes da divisão de Hanke, dois meses depois, admitiu em um blog que "foram cometidos erros graves na coleta de conteúdo de Wi-Fi, e trabalhamos celeremente para retificá-los (…). Os equipamentos de coleta de dados de Wi-Fi foram removidos de nossos carros", mas continuaram a chamar a coleta de dados um erro.

Três meses depois, outra publicação oficial reafirmou que a coleta foi um "erro", mas apenas admitiu a coleta específica de e-mails, URLs e senhas.

Apenas depois de diversos questionamentos cada vez mais veementes da FCC, frustrada com as tentativas da multinacional americana de "obstruir e atrasar" as investigações "deliberadamente", o Google revelou a verdade, que foi então resumida em um franco relatório da comissão em 2012. Longe de agir de forma independente, o suposto "Engenheiro Fulano" colaborou e discutiu de forma aberta o "trecho de código" por ele escrito com diversos engenheiros do Google, inclusive seus superiores.

Na verdade, ele tentou alertar seus colegas, enviando o código de software que havia escrito e um documento de design para os gerentes do projeto Street View, que repassaram o material para toda a equipe do Street View. "O documento de design", relatou a FCC, "identificou 'ressalvas sobre a privacidade' e recomendou revisão por parte do conselho, mas isso nunca ocorreu". Esse resumo do design afirmou, de forma bastante objetiva, que "uma das preocupações naturais [a respeito do projeto] é coletarmos o tráfego de usuários com dados suficientes para estabelecer com precisão suas localizações geográficas em um determinado momento, além de informações sobre o que estavam fazendo".

Um alerta não pode ser mais claro do que isso.

O relatório da FCC também mostrou que, ao planejar o projeto de coleta por Wi-Fi, em "pelo menos duas" ocasiões, o "Engenheiro Fulano" foi específico ao informar seus colegas de que os carros Street View estavam coletando conteúdo de usuários", e chegou a compartilhar porções dos dados pessoais coletados. Em um e-mail de 2008, um desses colegas, "um gerente sênior do projeto Street View", disse achar a análise de mais de 300 milhões de pacotes de tráfego Wi-Fi, contendo mais de 32 mil endereços da web, "interessante", e perguntou: "estes são os URLs obtidos através dos pacotes de Wi-Fi coletados pelos carros"? A resposta do engenheiro confirmou a suspeita do gerente: "Os dados foram coletados durante o dia, quando a maior parte do tráfego ocorre em ambiente profissional (e provavelmente criptografado). Não acho que o número seja alto suficiente para uma amostra relevante".

Os dados encaminhados para os reguladores europeus e analisadas pela FCC comprovaram que foram coletados, basicamente, todos os tipos de dados, incluindo informações relacionadas a sites de namoro online e sobre preferências sexuais dos usuários.

No final das contas, é possível que tenham sido coletadas e armazenadas de forma secreta as atividades online não criptografadas de centenas de milhares de pessoas , enquanto o carros realizam as tarefas declaradas publicamente de coleta de localizações de redes sem fio. Os carros do Google não estavam apenas coletando os nomes de roteadores sem fio; estavam absorvendo todas as informações desprotegidas enviadas e recebidas pelos roteadores à medida que os carros circulavam, incluindo sites visitados, histórico de buscas e e-mails. Naturalmente, mesmo uma pequena amostra do tráfego de internet pode revelar tanto a respeito de um usuário que talvez eles preferissem que ficassem no âmbito privado.

The camera of a street-view car, used to photograph whole streets, can be seen on the Google street-view stand at the world's biggest high-tech fair, the CeBIT on March 3, 2010 in the northern German city of Hanover. Some 4,157 companies from 68 countries are displaying their latest gadgets at the fair taking place from March 2 to 6, 2010. AFP PHOTO DANIEL MIHAILESCU (Photo credit should read DANIEL MIHAILESCU/AFP/Getty Images)

Câmera de um carro do Google Street View ao lado do logotipo do Google na feira de tecnologia CeBIT. 3 de março de 2010 em Hannover, Alemanha.

Foto: Sean Gallup/Getty Images

Tudo isso ocorreu sob a direção de John Hanke na divisão geográfica, incluindo o Street View e o Maps, como vice-presidente de gerenciamento do produto. O Google, eventualmente, implementou reformas às políticas de privacidade, mas não é certo, mesmo antes das alterações, por que ninguém interveio quando os engenheiros falaram abertamente sobre a coleta do tráfego de internet de estranhos. Isso pode estar relacionado à cultura interna do Google, incluindo a divisão de Hanke; em uma entrevista em 2009 para o The Times de Londres, um ano antes do escândalo, ele disse:

"Como empresa, podemos não satisfazer 100% das pessoas em todas as situações, mas acho que você não pode viver a vida, seja como indivíduo ou como empresa, tentando não aborrecer ninguém. Temos que estabelecer um equilíbrio entre os possíveis benefícios de uma atividade e o respeito a leis e códigos sociais."

Logo após a publicação do relatório da FCC, o New York Times identificou o Engenheiro Fulano como Marius Milner, um pesquisador de segurança e figura conhecida na comunidade de hackers. Na época, Milner preferiu não entrar em detalhes a respeito de seu papel no fiasco dos dados, dizendo apenas que a alegação do Google, de que ele havia agido por conta própria, "deixa muitas questões em aberto". Milner confirmou ao The Intercept que ainda é funcionário do Google, o que significa que o engenheiro não autorizado durou quatro anos mais do que John Hanke, mas disse "nunca o ter conhecido".

Milner, coincidentemente, tem vínculos com o Pokémon Go: ele, três outros engenheiros e Hanke colaboraram na criação de uma patente, mantida pela Niantic, de um "sistema e método de transporte de objetos virtuais em um jogo de realidade paralela". Milner me contou que a patente veio de "ideias desenvolvidas com um amigo pessoal que foi um dos coautores" e que nunca a discutiu com Hanke. É importante mencionar que o Google solicitou a patente em 2012, dois anos depois de a empresa acusar Milner de ser um engenheiro não autorizado agindo por conta própria, e foi concedida pelo gabinete de patentes em 2015, quando foi atribuída à Niantic – à época, uma startup desconhecida de realidade aumentada.

Hanke começou a desenvolver a Niantic em 2010, dentro do Google, como uma unidade de negócios autônoma, de acordo com as notícias da época, antes de se desvincular, no fim do ano passado, visando liberar a Niantic para trabalhar com uma variedade mais ampla de parceiros. Google e Nintendo se associaram para investir US$ 20 milhões na empresa, embora o valor exato do investimento do Google não seja conhecido.

Quando deixou o Google, a Niantic levou a patente de Milner/Hanke consigo. A patente descreve extensamente como um jogo como Pokémon Go poderia ser usado para coletar dados reais de um jogador sem que ele saiba:

"O objetivo do jogo pode ser vinculado diretamente à atividade de coleta de dados. Um dos objetivos do jogo que pode ser vinculado diretamente à atividade de coleta de dados envolve uma tarefa que requer a obtenção de informações sobre o mundo real e o fornecimento das mesmas como condição para a conclusão do objetivo do jogo".

A patente também menciona, para fins ilustrativos, um artigo acadêmico do The International Journal of Virtual Reality (Jornal Internacional de Realidade Virtual), "Aquisição lúdica de dados geoespaciais por comunidades de jogos com base em localização", de Sebastian Matyas, que inclui o seguinte parágrafo em sua introdução:

"Em nossa opinião, o verdadeiro desafio está em motivar o usuário a fornecer dados constantemente, mesmo após o desgaste do entusiasmo inicial com a tecnologia inovadora. O processo de aquisição de dados deve ser divertido para que um possível contribuidor se envolva a longo prazo. Estamos convencidos de que o entretenimento e a diversão são aspectos fundamentais no design de serviços de coleta de dados como esse".

Ao ser questionado sobre haver trabalhado na equipe do Street View de Hanke, conforme mencionado no relatório da FCC, Milner disse que não poderia responder.

Hanke, através de um porta-voz, se distanciou da controvérsia de forma mais explícita. Um representante da Niantic, falando em seu nome, disse que "ele não era o responsável pelo que aconteceu" e que não tinha conhecimento prévio das escutas sem fio, que, de acordo com o porta-voz, foi de responsabilidade absoluta da divisão móvel do Google, mesmo que a operação tenha sido conduzida por meio dos carros Street View em nome da divisão de Hanke.

O relatório da FCC sobre o escândalo Wi-Spy é diretamente voltado para a equipe do Street View de Hanke e não menciona a equipe móvel. Além disso, o relatório oferece uma possível explicação sobre como foi possível Hanke alegar não ter conhecimento da espionagem: apesar das tentativas verbais e por escrito de Milner (ou "Engenheiro Fulano") de manter informados os gerentes do Street View sobre a coleta de dados sem fio, ele foi simplesmente ignorado com frequência. A FCC contou que "em entrevistas e declarações, gerentes do projeto Street View e outros funcionários do Google que trabalharam no projeto disseram ao gabinete que não leram o documento de design do Engenheiro Fulano", ainda que ele tenha sido enviado para toda equipe do Street View.

A confusão a respeito da responsabilidade pelas ações de Milner podem vir do fato de que o engenheiro trabalhava no YouTube (do Google) na época, que não faz parte da divisão geográfica de Hanke, nem da equipe móvel, e criou o coletor de sinais de Wi-Fi como um projeto paralelo sob a política de 20% de tempo livre para funcionários do Google. Embora tenha dito que a coleta sem fio foi iniciada por "nossa equipe móvel", a empresa deixou claro, na mesma postagem, que a equipe móvel era responsável pelas ações de Milner, visto que os "gerentes do projeto não queriam e não tinham intenção de usar os dados de conteúdo" coletados.

Enquanto isso, os dados coletados pelo software de Milner, contendo nomes e localização de pontos de acesso sem fio, foram implementados nos carros do Street View (operando em nome da divisão de Hanke) e foram usados para ajudar pedestres e motoristas a se localizar na versão para dispositivos móveis do Google Maps (parte da divisão de Hanke) e no sistema operacional móvel do Google, Android (uma divisão diferente). Em uma postagem no "Blog oficial" da empresa sobre a questão, o Google mencionou ambas as equipes – Google Maps (novamente, parte da divisão de Hanke) e a equipe móvel (que não fazia parte da divisão de Hanke), como beneficiários dos dados de Milner (que não trabalhava para nenhuma das duas).

Evidentemente, nenhum funcionário do Google está disposto a reivindicar a responsabilidade pelo Wi-Spy, incluindo Hanke.

Agora, levando em consideração a disseminação do Pokémon Go e a confidencialidade dos dados que acessa, o fato de Hanke culpar a equipe móvel pelo escândalo do Wi-Spy é menos importante do que o fato de sua divisão, propositadamente ou não, ter se tornado o veículo – ou, literalmente, os veículos – usado por um engenheiro para coletar enormes quantidades de dados extremamente confidenciais, enquanto gerentes e engenheiros da divisão de Hanke ignoraram inúmeras vezes os alertas explícitos, verbais e por escrito, sobre o que se passava com esse engenheiro, de acordo com a mais completa investigação sobre o assunto publicada por uma entidade do Governo dos EUA.

O Centro de Privacidade de Informações Eletrônicas, entidade fiscalizadora de assuntos de privacidade, já está pressionando a Niantic e seu CEO.

Em uma carta enviada à Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC –Federal Trade Commission) neste mês, o Centro de Informação sobre a Privacidade Eletrônica (EPIC – Electronic Privacy Information Center) defendeu que o "histórico sugere que a Niantic continuará a desrespeitar a segurança e a privacidade de consumidores, o que aumenta a necessidade de acompanhamento rigoroso à medida que continua a crescer a popularidade da Niantic, assim como seu estoque de dados", e acrescentou que "dados os antecedentes do Google Street View, há poucos motivos para acreditar nas garantias oferecidas em relação às práticas de coleta de dados da Niantic".

Por telefone, um porta-voz do EPIC enfatizou que o escândalo do Street View deve fazer os jogadores do Pokémon Go "pensarem duas vezes se devem acreditar na palavra deles" e que a FTC deve prestar mais atenção a isso e se certificar de que as práticas de coleta de dados [da Niantic] são honestas".

É muito importante se certificar de que as práticas de coleta da Niantic são "honestas" por que já sabemos que são vastas. A política de privacidade oficial do Pokémon Go deixa isso claro:

"Coletamos e armazenamos informações sobre sua localização (ou a localização de crianças autorizadas) quando você (ou uma criança por você autorizada) usa nosso aplicativo e executa ações no jogo que usam os serviços de localização disponibilizados por meio do sistema operacional de seu dispositivo móvel (ou do dispositivo móvel de uma criança por você autorizada), que usa a triangulação de torres de sinais de celular, triangulação de Wi-Fi e/ou GPS. Compreende e aceita que, ao utilizar nosso aplicativo, você (ou criança por você autorizada) nos enviará a localização de seu dispositivo móvel, e algumas dessas informações de localização, assim como o seu nome do usuário (ou nome de usuário de criança por você autorizada) podem ser compartilhados por meio do aplicativo…

"Coletamos determinadas informações que seu dispositivo móvel (ou o de uma criança por você autorizada) envia quando você (ou criança por você autorizada) usa nossos Serviços, como um identificador, as configurações de usuário e o sistema operacional de seu dispositivo (ou do dispositivo de criança por você autorizada), bem como informações sobre o uso de nossos Serviços ao utilizar o dispositivo móvel."

Uma vez coletadas, a Niantic se reserva o direito de compartilhar algumas das informações que coleta, no que alega ser de forma "não identificadora", com terceiros "para pesquisas e análises, perfis demográficos e outras finalidades". Isto seria uma grande quantidade de informações confidenciais a serem transmitidas em confiança, mesmo para um CEO com um bom histórico de respeito à privacidade de estranhos. E, como era de se esperar, na primeira semana de lançamento do Pokémon Go, a Niantic causou um breve pânico em torno da privacidade de usuários ao ser descoberto que o aplicativo solicitava um acesso muito mais aprofundado do que o necessário a usuários de contas do Google. A empresa respondeu quase que imediatamente:

"Descobrimos recentemente que o processo de criação de conta do Pokémon Go no iOS solicita, por engano, acesso total à conta de usuários do Google. (…) O Google verificou que nenhuma outra informação foi recebida ou acessada pelo Pokémon Go ou pela Niantic".

Faltava apenas um "engenheiro não autorizado" na história.

Traduzido por Inacio Vieira


Enviado do meu iPhone

terça-feira, 2 de maio de 2023

#Notícias: PL das Fake News ou da Censura? Será que a liberdade de expressão está em risco?

Entenda a polêmica em torno da PL das Fake News e suas implicações para a liberdade de expressão

A discussão em torno da PL das Fake News tem gerado muita polêmica e levantado questões importantes sobre a liberdade de expressão e a democracia no Brasil.

Você já se perguntou como essa proposta pode afetar o seu direito de se expressar livremente na internet?

Um dos pontos mais polêmicos da PL é a exigência de que as redes sociais e aplicativos de mensagens identifiquem todos os usuários, mantendo um banco de dados com informações pessoais como nome, CPF, endereço e telefone. Essa medida é vista por muitos como uma forma de censura, já que pode ser usada para monitorar a opinião dos usuários e punir aqueles que expressarem opiniões contrárias ao governo.

De acordo com a PL, empresas de tecnologia como Google e Facebook seriam obrigadas a pagar pelos conteúdos publicados em suas plataformas, inclusive as notícias. Isso significa que os jornais e sites de notícias poderiam receber remuneração por seu conteúdo, mas também poderia levar a uma seleção de notícias baseada no valor monetário, em vez da relevância para a sociedade.

Além disso, isso poderia restringir a circulação de informações, principalmente para as pessoas que não têm condições financeiras para pagar pelo acesso a notícias.

A proposta prevê também a criação de um Conselho de Transparência e Responsabilidade na Internet, com poder para fiscalizar conteúdos publicados na internet e remover conteúdos que considere inadequados. Esse órgão seria composto por membros indicados pelo governo, o que gera preocupações sobre a independência e imparcialidade das decisões.

Outro ponto que tem gerado polêmica é a definição de "conta inautêntica", que pode ser usada para punir usuários que usem pseudônimos ou nomes fictícios nas redes sociais. Essa medida pode afetar diretamente a privacidade e a segurança dos usuários, que muitas vezes utilizam pseudônimos para proteger sua identidade em situações de risco ou perseguição.

Do ponto de vista dos direitos fundamentais assegurados na Constituição Brasileira, a PL levanta questões importantes sobre a liberdade de expressão, a privacidade e o direito à informação.

A obrigatoriedade do pagamento pode levar à censura de notícias e opiniões divergentes. A seleção de notícias baseada em valores monetários pode prejudicar a pluralidade e a diversidade de opiniões na sociedade, o que é um princípio fundamental da democracia.

Além disso, a privacidade dos usuários é um direito fundamental que deve ser respeitado, e qualquer medida que vise coletar informações pessoais sem o consentimento dos usuários pode ser vista como uma violação desse direito.

Por fim, o direito à informação também é garantido pela Constituição, e qualquer medida que restrinja o acesso à informação deve ser avaliada com cuidado para garantir que não haja censura ou limitações indevidas.

Em resumo, a discussão em torno da PL é importante e deve ser acompanhada de perto pela sociedade. É preciso garantir a liberdade de expressão, a privacidade e o direito à informação dos usuários da internet, sem comprometer a democracia e o Estado de Direito.

Ficou curioso? Acesse 👉 5 pontos polêmicos do PL das Fake News

#Noticias #PLdasFakeNews #LiberdadeDeExpressão #Democracia #DireitosFundamentais #Privacidade #DireitoÀInformação #Noticias


By IDFM

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Facebook - Mais uma cagada. O que falta?

Gente, é uma atrás da outra.

Vocês viram isso? 

Bloomberg publicou que os dados do usuário do Facebook continuam aparecendo em lugares que não deveriam.

É isso mesmo!

Mais um escândalo do Facebook é revelado e mostra que o caso da Cambridge Analytica era apenas a ponta do iceberg dos "vazamentos" das informações da vida de seus usuários.

A UpGuard, empresa de segurança cibernética, encontraram informações de usuários inadvertidamente postados publicamente nos servidores em nuvem da Amazon.

Na Cidade do México, a plataforma digital Cultura Colectiva mantinha 540 milhões de registros de usuários do Facebook acessíveis que podiam ser baixadas por qualquer pessoa.

Outro banco de dados do App At the Pool (já extinto) com nomes, senhas e endereços de e-mail para 22.000 pessoas.

O TAMANHO DO ICEBERG

O problema do armazenamento público pode ser mais extenso do que esses dois casos.

O UpGuard encontrou 100.000 bancos de dados abertos hospedados na Amazon para vários tipos de dados, alguns dos quais ele espera que não sejam públicos, mas que não impedem o vazamento intencional.

Facebook, por muitos anos, permitiu que qualquer pessoa que estivesse criando um aplicativo em seu site obtivesse informações sobre as pessoas que usam o aplicativo e sobre os amigos desses usuários. Uma vez os dados estando fora das mãos do Facebook, os desenvolvedores podem fazer o que quiserem com eles.

Imaginem o tamanho que esse iceberg pode ter?... pois é, não da nem para imaginar!

AMADORISMO?

Depois de alertado, o Facebook trabalhou com a Amazon para derrubar os bancos de dados, mas quem garante que eles estão "verdadeiramente" engajados na prevenção, ou só atuam quando são descobertos?

Se tivessem, não estaríamos vivenciando estes acontecimentos um ano após o escândalo da Cambridge Analytica e o "teatro" que Mark Zuckerberg fez no congresso americano, não é mesmo?

Será que proteger os dados das pessoas e garantir a privacidade dos usuários não tem valor?

Não existe amadorismo, existe modelo de negócio!

O OVO E A GALINHA

Afinal, quem veio primeiro: o Ovo ou a galinha?

Nesta eventos de violação de privacidade dos usuários, pouco importa quem é o ovo ou a galinha se no final os dois contribuem pela sujeira do galinheiro e não é feita limpeza do galinheiro, não é mesmo?

É bom lembrar que quem faz a sujeira é a galinha e o galinheiro com sujeira até o teto vai acabar apodrecendo os ovos.

Enquanto isso, Mark Zuckerberg agoniza como todo poderoso CEO com caca 💩 até o pescoço. Até quando?

VENTILADOR

Nessas ocorrências, sempre aparecem aqueles que querem colocar a sujeira debaixo do tapete ou até mesmo jogar no ventilador para transferir a responsabilidade para outros é para a transição de modelos tecnológicos. Tentam contaminar todos como forma de proteção.

Mas pouco importa quem deixou as informações dos usuários Facebook abertas. Elas nunca deveriam ter saído da guarda do próprio Facebook, não é verdade?

Mas na verdade "Não há cuidado suficiente no lado da segurança do Big Data", como revelou o Chris Vickery, diretor da UpGuard. Isso sim é a causa principal dos vazamento!

Restara saber o alcance do que foi jogado no ventilador neste evento.

Será que respingou alguma "badalhoca" na Amazon?... somente o tempo dirá se houve alguma contaminação da "falta de segurança" e "quebra de privacidade".

Quem tiver interesse, segue link com minhas publicações dentro deste contexto. Vai lá, vc vai gostar!










Quem tiver interesse na matéria publicada por Bloomberg, seguem links:


By IDFM

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Qual o ponto de equilíbrio entre a privacidade individual e segurança coletiva?

Vocês viram isso que foi publicado por CanalTech?

Encabeçado pelo ministro Dias Toffoli, um grupo de trabalho voltado para propor reformas à área da segurança pública apresentou 11 propostas de melhorias para o setor, sendo que uma delas é voltada especialmente para os aplicativos de troca de mensagens pela internet, como Messenger, WhatsApp e Telegram.

A proposta de reforma quer obrigar o WhatsApp, por exemplo, revelar conteúdo de mensagens.

Para isso, quer obrigar que as empresas que ofereça aplicativos para envios de mensagens no Brasil possua uma sede no país e armazenem as mensagens que ocorre no país no solo brasileiro, como se isso fosse realmente resolver.

Este tema vem desde, pelo menos, 2016, vira e mexe volta à tona e, desta vez, pelo que parece está tomando força.

Em 2016, fiz um post sobre o tema onde deixei no ar, para reflexão, alguns questionamento:
  • Será que a segurança de várias pessoas não é mais importante do que a privacidade de alguns? 
  • A tecnologia deve está a serviço da sociedade?
  • Até onde vai o direito de manter a inviolabilidade dos aplicativos de comunicação e a privacidade dos seus usuários?
  • Até onde vai o direito da privacidade de criminosos?
Afinal, qual o ponto de equilíbrio entre a privacidade individual e segurança coletiva?

Já fiz algumas publicações abordando este contexto, selecionei 2 que você pode acessar clicando nos links abaixo. Vai lá, você vai gostar!



Caso tenha interesse na matéria completa do CanalTech, acesse o link abaixo:



By IDFM